Dona Maria era uma senhora que aparentava ter uns sessenta
anos. Ela andava atarantada com seu empréstimo em atraso. Já tinha recebido
ligações de dezenas de cobradores, que pareciam usar um tom ameaçador. Ela
morava sozinha e não tinha quem lhe desse orientação sobre como proceder.
Ela caiu na lábia de uma gerente e depois de alguns meses,
não conseguiu arcar com as prestações do empréstimo, que eram muito altas pra
condição dela. Estava pagando as parcelas com dois meses de atraso.
Quando ia ao banco para tentar renegociar, a tal gerente,
que era toda sorrisos quando fez ela assinar o contrato, parecia não notar a
sua presença.
Até que um dia foi atendida por Edmundo. Ele chamou sua
senha e ouviu sua história. Verificou o cadastro de Dona Maria, a situação do
empréstimo, o que ela recebia pelo banco. E traçou uma estratégia para colocar
a conta dela em dia.
Edmundo verificou as regras do banco para situações como a
dela. Explicou o que teria que ser feito, o melhor dia para renegociar, de
acordo com os vencimentos da senhora. Explicou que se pedisse desconto, poderia
ficar com a conta, mas não teria crédito.
A gerente, vendo que o escriturário se demorava com Dona
Maria, após ela ir embora, foi até a mesa dele.
- Não gaste saliva com aquela mulher. Ela é uma safada.
Chocado, Edmundo refletiu sobre o acontecido e sobre qual
era seu papel na instituição. Seria a busca do lucro a qualquer custo, ou ele
poderia fazer algo por aquela pessoa que tinha idade para ser sua mãe?
Dona Maria gostou tanto do atendimento de Edmundo que só
procurava a ele.
Um dia, finalmente conseguiram fazer a renegociação numa
data de vencimento compatível com a data de pagamento da sua aposentadoria.
Edmundo saiu da mesa e foi ajudar as pessoas nos caixas
eletrônicos, e Dona Maria estava lá todo mês com o boleto de seu empréstimo
renegociado, pedindo-lhe ajuda para fazer o pagamento.
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