sexta-feira, 4 de junho de 2010

Qual é a minha conta?

Quando uma pessoa vem ao banco para abrir uma conta pela primeira vez, ela muitas vezes não tem noção das reponsabilidades que está assumindo. De acordo com o tipo de conta, temos que atentar com as tarifas, os juros do cheque especial e do cartão de crédito. E se resolver usar o talão de cheque, administrar bem sua conta para que não tenha nenhum devolvido. Mas ter uma conta em banco pode também ser uma oportunidade não só para guardar nosso dinheiro, mas também para investi-lo, aumentando dessa forma nosso patrimônio.
Um correntista inteligente, que saiba administrar seu orçamento, pode ser um cliente precioso para o banco, pois pode proporcionar lucros para a instituição com um risco mínimo de inadimplência.
Atrelado à conta, vêm os diversos produtos, como o cheque especial, o cartão de crédito, as diversas linhas de empréstimos e financiamentos, seguros os mais diversos (sendo os mais conhecidos os de vida e de veículo), planos de previdência, títulos de capitalização, poupança, cdb, fundos de investimento, sejam eles DI, renda fixa, de ações ou baseadas em moedas estrangeiras como o dólar e o euro.
Uma pessoa que não tem controle sobre as suas finanças, por outro lado, pode gerar lucro momentâneo, mas ao longo do tempo causa dificuldades para a pessoa e prejuízo para o banco. Pagar o mínimo do cartão de crédito, usar o limite do cheque especial constantemente, fazer empréstimos que não cabem no orçamento podem asfixiar o cliente e fazer com que surjam as restrições, ou em outras palavras, ficar com o nome sujo.
Comprar a prestação, ter cartões e contas de mais de um banco com limites de crédito variáveis podem ser armadilhas sedutoras, que podem nos deixar aprisionados por até cinco anos nos cadastros do SPC, SERASA e Banco Central(cheques devolvidos).
Se, por exemplo, alguém já é cliente de um banco, mas é obrigado a abrir conta em outro, por força do convênio do empregador, ele não precisa necessariamente abrir uma conta "normal" com todos as possíbilidades e atrativos. Podemos abrir uma conta-salário, que é isenta de tarifas, dá direito a um cartão de débito e possibilidade de transferência gratuita para nossa conta em outro banco.
Mas se você não tinha conta antes disso, preste atenção!
A conta foi aberta A PEDIDO DA EMPRESA QUE O EMPREGOU, MAS A RESPONSABILIDADE PELA MOVIMENTAÇÃO É SUA. O que isso significa? Que, caso você seja mandado embora, a conta não é encerrada automaticamente pelo banco. A conta está em seu nome, vinculado ao seu cpf, e qualquer dívida em atraso que for gerada pela falta de movimentação ou de pagamento irá afetar o SEU crédito na praça.
Como isso se dá? Eu abro uma conta em qualquer lugar; por exemplo, no Bradesco. Começo a depositar, aplicar, fazer empréstimos, usar o cartão de crédito, o limite do cheque especial. Um dia, simplesmente resolvo abandonar a conta. O banco não sabe que ela foi abandonada por mim. Ele continua debitando as tarifas de manutenção de conta, cobrando os juros por utilização do limite, eventuais empréstimos, anuidade do cartão de crédito. Até que o limite é estourado, a fatura do cartão atrasa e não conseguem cobrar as parcelas do empréstimo. Quando esse limite vence, não é renovado, e o que era limite utilizado passa a ser saldo devedor. Se o meu cadastro não estiver atualizado, o banco não consegue entrar em contato comigo e, um belo dia, quando estou esperando a aprovação em um crediário, ela me é negada.
O que fazer para evitar isso?
Quando não nos interessamos mais em manter relações com o banco, temos que fazer algo parecido ao que fizemos quando abrimos a conta: assinamos um documento declarando nossas intenções. Além disso, deve ser feito um levantamento de nossa situação perante o banco, para saber se temos condições para zerar a conta. Se o endividamento for maior que o valor que temos em mãos, a saída é negociar com o banco ou manter a conta, depositando o valor necessário todos os meses até que a dívida esteja quitada. Se o saldo for positivo, é mais simples. Desde que o valor não seja grande, a pessoa pode sair com o dinheiro no bolso, sem risco para sua segurança. Caso contrário, se tivermos conta em outro banco, poderemos fazer a transferência (doc ou ted).
Ter conta em banco é como ter um relacionamento, seja amizade ou namoro. Alguns relacionamentos evoluem e se aprofundam, afetando as gerações futuras. Outros simplesmente definham. E, por último, há os rompimentos, mais ou menos traumáticos, de acordo com as mágoas (prejuízos) causadas.
Cabe a nós construir esse relacionamento, como clientes ou bancários, e fazer ele dar certo.