segunda-feira, 19 de março de 2012

Bancários vão às ruas cobrar proteção à vida

Bancários vão às ruas cobrar proteção à vida
Reforçando o artigo anterior sobre as portas giratórias. Alguém duvida que o panorama se tornará mais sombrio SEM as portas giratórias?
Em breve, uma análise do artigo 5o da Constituição e as alíneas ligadas à questão.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Reflexões sobre a porta giratória

Após alguns meses refletindo sobre o episódio ocorrido em uma agência do Bradesco sem porta giratória, no ano passado, creio que tenho alguns argumentos pela manutenção dessa ferramenta de proteção a bancários, vigilantes e clientes.Além disso, paira no ar a ameaça de retirada da porta giratória no meu local de trabalho, que está  em reforma.
Entre clientes, essa porta que trava ao detectar uma quantidade de metal compatível com uma arma, mesmo de pequeno porte quase uma unanimidade quanto ao constrangimento que causa àqueles que não entendem a necessidade dela em um estabelecimento comercial cujo principal produto é o dinheiro. Fora com ela!
Mas entre bancários e alguns clientes mais esclarecidos, a compreensão de como ela ajuda a dificultar os assaltos é maior.
Falar sobre o estresse causado pela iminência de um assalto em uma agência sem esse tipo de segurança é incompreensível para aqueles que não trabalham lá nem vão diariamente a um banco. Então, vou listar algumas coisas que aconteciam antigamente e podem voltar a acontecer caso a porta de segurança seja abolida.
ELEMENTO SURPRESA
Não adianta ter seguranças armados se não tivermos como verificar de forma não invasiva se a pessoa porta algum metal. A alternativa poderia ser a revista dos clientes que entram na agência, o que geraria mais constrangimento do que a porta giratória pode causar, pois poderia levar a acusações de assédio sexual, no caso de não haverem vigilantes do mesmo sexo do cliente. Os vigilantes também poderiam também ficar de arma em punho durante todo o expediente, o que aumentará o clima de tensão entre clientes e funcionários.
Se as duas medidas substitutivas não forem adotadas, corremos o risco de que os ladrões entrem calmamente e tirem suas armas das sacolas ou bolsas, anunciando o assalto.
Os vigilantes podem vir a reagir e aí clientes e funcionários ficarão no meio do fogo cruzado, podendo causar mortes e ferimentos.
PERDA DE ARMAS PARA A CRIMINALIDADE
É claro que os ladrões não vão se arriscar a ficar no meio de um tiroteio. A primeira medida que tomarão é render os guardas e tomar suas armas. E é claro que elas não serão devolvidas sem balas durante a fuga. Essas  armas, legalmente registradas em nome das empresas de vigilância, passarão a fazer parte do arsenal dos criminosos, que irão usá-las em outros assaltos, nos bancos ou não, e no comércio de armas ilegais. A campanha de desarmamento vai pro buraco.
 AUMENTO NOS CUSTOS COM FUNCIONÁRIOS
Sem portas giratórias, ser um bancário torna-se uma profissão de risco. Na visão deste bancário, de vários outros colegas e do Sindicato dos Bancários. O que significa que, na campanha salarial, uma das exigências passará a ser o pagamento de adicional por periculosidade. E isso terá um efeito colateral indesejável: as seguradoras podem passar a classificar a profissão como atividade de risco e, consequentemente, entre as passíveis de rejeição para propostas de seguro de vida, o que causaria uma grande queda no faturamento das empresas.
AUMENTO DE CUSTOS, DIMINUIÇÃO DE PESSOAL
Esse aumento de custo fará as empresas utilizarem a saída mais fácil: corte de pessoal e investimento em tecnologia, para enxugar as agências. O que, por alguns anos (talvez décadas ou até mesmo um século) causará aumento da insatisfação com o atendimento bancário.
Uma parcela significativa da população é semi-analfabeta e um sistema educacional com aprovação automática está soltando gerações de analfabetos funcionais no mercado. Isso significa que muitos clientes, por mais que se idolatre a tecnologia hoje em dia, continuarão preferindo o atendimento pessoal ao automatizado, seja nos caixas eletrônicos, internet ou Centrais telefônicas. E não serão atendidos ou o serão insatisfatoriamente, sendo empurrados para os "canais alternativos de atendimento", que, na verdade, de acordo com as estratégias dos bancos, são na verdade os canais principais de atendimento - principalmente quando se trata de cliente não tão rentáveis.
AUMENTO DA CRIMINALIDADE
Portas abertas significam maior facilidade para entrar e sair das agências não só para os clientes, mas também para os bandidos. A porta giratória não só dificulta a entrada de pessoas armadas como também pode dificultar sua saída - não pela detecção do metal, mas pela sua estrutura e poder ser travada pela segurança (eles não fazem isso quando um cliente tenta entrar, como muitos pensam, mas antes da abertura e após o encerramento do expediente, para impedir os "atrasadinhos" e os "apressadinhos").
Facilidade na execução do crime, facilidade na fuga, aumento do índice de crimes desse tipo.
CONCLUSÃO
Os bancos podem argumentar com cortes de custos (principalmente com processos por danos morais), mas  podem acabar se dando um tiro no pé com essa proposta de retirada das portas giratórias. Elas foram instaladas por um motivo - a segurança de clientes e funcionários. E esse motivo continua válido.