sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Vida de bancário não é fácil

Quem olha do lado de fora acha que o trabalho do bancário se resume ao caixa. Estão enganados.

Como qualquer empresa, ela oferece um pacote de mercadorias - ou, no caso do banco, servicos.

E a mercadoria que vendemos é dinheiro. Não apenas na hora de sacar ou depositar, mas empréstimos e financiamentos, credito através de limites de cheque especial e cartão de crédito, planos de previdência e capitalização, consórcios, seguros, fundos de investimento, poupança, cdb e, claro, contas correntes.

Há uma serie de fatores envolvidos, como a inadimplência - proposital ou involuntária - sendo a primeira configurada no código penal, o estelionato. E há uma série de cuidados que os bancos devem tomar para que não fiquem no prejuizo. E quem paga a conta são os proprios clientes - atraves de tarifas mais altas, taxas de juros mais altas, maiores dificuldades e maior custo na obtenção do credito. E, em maior escala, o fechamento de agências deficitárias e a falência das instituições bancárias. Quando isso acontecer, agradeça aos caloteiros da região.

Os bancos criaram os caixas eletrônicos, o atendimento terceirizado (pagamento de contas nas lotericas e supermercados, por exemplo) e os sites para movimentação das contas para diminuir custos - o que significa menos funcionarios nas agências.

Mas muitas pessoas ainda preferem a tradicional fila para realizar as operaçoes na "boca do caixa". Eu me lembro, na minha adolescência, de levar livros para passar o tempo enquanto esperava chegar minha vez. Hoje em dia, prefiro fazer minhas operações pela internet e minha carteira anda só com os cartões e documentos pessoais.Dificilmente ando com dinheiro.

Já a minha mãe é do tipo tradicional: prefere pagar no caixa várias contas, apesar de ter algumas básicas, como agua, luz e telefone no debito automático, e ter dinheiro na bolsa para alguma eventualidade.
Hoje em dia, até os depósitos e talões de cheque estão disponíveis nos terminais de auto-atendimento. Mas mesmo assim, no meu dia-a-dia, atendo pessoas que poderiam ter feito o que quer que fosse neles, em vez de pegar fila. E em dias de pico, como no dia 10, às segundas, sextas e períodos pós-feriado, a gente acaba saindo duas, três horas após o encerramento do nosso expediente.
Para algumas pessoas, é a falta de costume, de hábito diante das opções tecnológicas oferecidas (e muitas vezes impostas). Para outras, que lidam com o computador no dia-a-dia, podem ser vários fatores. Para esse grupo, vou apontar três: má-vontade, preguiça e desinformação.
A desinformação se deve não ao despreparo no manuseio do caixa eletrônico, mas na falta de informação sobre o que pode ser feito nele. O remédio para isso é bancar o curioso, apertando os botões e vendo no que dá, ou pedir ajuda aos funcionários da agência (sempre identificados com crachá). Se for necessário, "alugue" o cara e veja o máximo de opções disponíveis. E depois se vire para usar o serviço. Isso o torna mais independente em ocasiões como finais de semana e feriados, ou quando há greve da categoria.
Os preguiçosos simplesmente acham mais fácil ir ao caixa ou ao atendimento para fazer suas transações do que optar por um débito automático, o uso pela internet ou o próprio TAA. Podem justificar também a opção pela preferência pelo contato humano.
A má vontade justifica sua atitude pelo risco de falha e de roubo/furto dos usuários do caixa eletrônico e internet. Esses riscos existem, mas podem ser minimizados, de acordo com os cuidados que o cliente tomar ao usar esses canais. Os bancos também tomam medidas para aperfeiçoar sua tecnologia de segurança e minimizar esses problemas. E no guichê, também existem problemas, como o erro humano (prejudicial tanto para o caixa como para o cliente) e a possibilidade de se ver no meio de um assalto também existe e pode ser bastante traumática.

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